Intubação de via aérea difícil em paciente com Síndrome de Treacher Collins: Relato de caso
Resumo
Síndrome de Treacher Collins é patologia altamente complexa e rara, podendo apresentar grande variação de formas clínicas. Apresenta-se usualmente com hipoplasia malar e mandibular. Tal condição representa previsão de dificuldade para o ato anestésico de intubação, tornando importante e necessária uma minuciosa avaliação pré-operatória e cuidado intensivo no perioperatório. Por essas condições, a anestesia geral costuma ser realizada através da indução de anestésicos inalatórios, uma vez que as crianças submetidas a procedimentos cirúrgicos são não cooperativas, além de haver dificuldade de se obter acesso venoso. Assim, tem-se como objetivo relatar um caso de via aérea com expectativa de intubação difícil em paciente diagnosticado com Síndrome de Treacher Collins. Relatamos um caso cuja singularidade reside na aplicação e no manejo anestésico diferente do que se tem feito em outros centros médicos ao abordar pacientes com previsão de via aérea difícil. Ao invés de se utilizar máscara laríngea (LMA) ou a intubação com laringoscópio óptico, procedeu-se a indução inalatória, sedação sem abolir respiração espontânea, visualização das estruturas para introdução do tubo endotraqueal (Cormack 3), acesso venoso, intubação orotraqueal e, posteriormente, indução anestésica e bloqueio neuromuscular. Julgamos importante divulgar tal relato para mostrar alternativas quando não existe fibroscopia. A Intubação sem máscara laríngea ou fibroscópio em casos de paciente com síndrome craniofacial pode ocorrer sem intercorrências com a estratégia de não se abolir a respiração do paciente, porém com leve sedação, devido à não cooperação e dificuldade de se obter acesso venoso em pacientes pediátricos.
Palavras-chave: Avaliação de via aérea, Algoritmo de via aérea difícil da ASA, Disostose mandíbulo-facial
Texto completo:
PDFReferências
. Frerk C, Mitchell VS, McNarry AF, et al. Difficult Airway Society 2015 guidelines for management of unanticipated difficult intubation in adults. Br J Anaesth. 2015; 115(6):827-848.
Bajwa SJ, Bajwa SK, Singh A, et al. Anesthetic challenges and difficulties in the management of Treacher Collins syndrome. Anesth Essays Res. 2011; 5(1):111-3.
Goel L, Bennur SK, Jambhale S. Treacher-Collins Syndrome – A Challenge For Anesthesiologists. Indian J Anaesth. 2009; 53(4):496-500.
Nguyen PD, Caro MC, Smith DM et al. Long-term orthognatic surgical outcomes in Treacher Collins patients. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2016 Mar;69(3):402-8.
Andrade EC, Junior VS, Didoni AL, et al. Treacher Collins Syndrome with choanal atresia: a case report and review of disease features. Braz J Otorhinolaryngol. 2005 Jan-Feb;71(1):107-10.
Lin TC, Soo LY, Chen TI, et al. Perioperative Airway Management in a Child with Treacher Collins Syndrome. Acta Anaesthesiol Taiwan. 2009; 47(1):44-7.
Sinkueakunkit A, Chowchuen B, Kantanabat C, et al. Outcome of anesthetic management for children with craniofacial deformities. Pediatr. Int. 2013; 55(3):360-5.
Inagawa G, Miwa T, Hiroki K. The Change of Difficult Intubation with Growth in a Patient with Treacher Collins Syndrome. Anesth. Analg. 2004; 99(6):1874.
Maclennan FM, Robertson GS. Ketamine for induction and intubation in Treacher-Collins Syndrome. Anaesthesia. 1981; 36(2):196-8.
Pilsbury JE, Wong E, Montgomerie J. Anaesthetic management of difficult intubation in the paediatric population when direct laringoscopy initially has failed or is not possible: an audit of current practice at a tertiary paediatric hospital. PACCJ. 2015; 3(1):1-9.
Belanger J, Kossick M. Methods of Identifying and Managing the Difficult Airway in the Pediatric Population. AANA J. 2015; 83(1):35-41.
DOI: https://doi.org/10.24863/rib.v9i2.169
Apontamentos
- Não há apontamentos.