CORRELAÇÃO ENTRE INTERNAÇÕES POR MICOSES E CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EM SÃO LUÍS, NO PERÍODO DE 1998 A 2016

Letícia Chagas da Silva, Jessflan Rafael Nascimento Santos, Edilene de Araújo Diniz Pinheiro, Amanda Graziela Gonçalves Mendes, Mayara Lucyanne Santos de Araújo, Juliana Lopes Almeida, Fabrício Brito Silva, Julliana Ribeiro Alves dos Santos

Resumo


As micoses sistêmicas representam um problema de saúde pública no Brasil e são doenças endêmicas em alguns estados, como no Maranhão. São causadas por fungos que estão presentes no ambiente associados ao solo, vegetais, materiais em decomposição e excretas de aves. As condições climáticas podem influenciar a proliferação e a disseminação destes agentes, contribuindo com o aumento do número de casos de internações. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre as condições climáticas e as internações por micoses em São Luís (MA), no período de 1998 a 2016. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade CEUMA, a coleta de dados secundários referentes aos aspectos climáticos e de internações por micoses foi realizada em bases nacionais. A análise de Correlação de Spearman foi aplicada para os dados mensais de internações por micoses e precipitação ou temperatura máxima/ mínima. Foram registrados 786 casos de internações por micoses em São Luís, no período avaliado. Uma correlação positiva entre a precipitação (p< 0,05) e o número de internações por micoses foi observada, enquanto para as temperaturas mínima (p< 0,05) e máxima (p> 0,05), as correlações foram negativas.  Os resultados deste estudo destacam que quanto maior a temperatura, menor o número de internações por micoses em São Luís. Este estudo destaca a importância da vigilância epidemiológica das micoses no Estado do Maranhão e da avaliação da modulação das condições ambientais na proliferação de fungos patogênicos.

 

PALAVRAS-CHAVE: São Luís, fungos, precipitação, temperatura.


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DOI: https://doi.org/10.24863/rccp.v30i1.206

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